32º DOMINGO TEMPO COMUM-Ano C
10 de Novembro de 2019
Evangelho
- Lc 20,27-38
-NA OUTRA VIDA SEREMOS ANJOS- Lc 20,27-38 -José Salviano
Os judeus não acreditavam na vida
eterna, e por tanto, pensavam que a alma morria com o corpo. Alguns pensavam
que na outra vida, nós viveríamos numa situação igual ou semelhante a
nossa vida terrena, com as mesmas necessidades vitais com as quais temos de
conviver aqui.
Continuar lendo
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O NOSSO DEUS É O DEUS DA VIDA E NÃO DOS
MORTOS.. - Olivia Coutinho
32º DO DOMINGO COMUM
Dia 10 de Novembro de 2019
Evangelho de Lc20,27-38
No mundo
de hoje, são muitos os descrentes, pessoas perdidas no seu vazio
existencial que não encontram sentido para suas vidas. Estes, se
ocupam, buscando explicações para o inexplicável, questionando a palavra
de Deus, analisando as coisas do alto segundo a lógica dos homens.
Há muitas coisas no campo da fé, que devemos apenas aceitar, quanto a nossa vida futura, não precisamos perder tempo com tantas preocupações, questionamentos, o que devemos preocupar, é com a nossa vida presente. É vivendo bem o nosso tempo presente, que estaremos nos preparando para a nossa vida futura.
Há muitas coisas no campo da fé, que devemos apenas aceitar, quanto a nossa vida futura, não precisamos perder tempo com tantas preocupações, questionamentos, o que devemos preocupar, é com a nossa vida presente. É vivendo bem o nosso tempo presente, que estaremos nos preparando para a nossa vida futura.
No
evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus é colocado
diante de uma pergunta de fundo maldoso dirigida por alguns saduceus. Por
não acreditarem na ressurreição, os saduceus que não acreditavam na
ressurreição, colocaram Jesus a prova . Para testá-lo, eles formularam
uma pergunta a partir de um suposto caso: uma mulher
que teria se enviuvado de sete irmãos. Mesmo sabendo que os saduceus
queriam testá-lo, Jesus responde a pergunta, deixando claro, que a certeza da
ressurreição, se baseia na revelação do Deus que se dá a conhecer como o Deus
dos vivos e não dos mortos! Os saduceus no ponto de vista religioso, só
acreditavam nos textos bíblicos atribuídos a Moisés, os quais eles consideram
autenticas, e Jesus, tira de um diálogo entre Deus e Moisés, a prova de que os
mortos ressuscitam, silenciando assim, estes seus interlocutores. “Que os
mortos ressuscitam Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o
Senhor, de o Deus de Abrão o Deus de Isaac e o Deus de Jacó.” E conclui: “Deus
não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para Ele.” “Nesta vida,
os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da
ressurreição dos mortos de participar da vida futura, nem eles se casam, nem
elas se dão em casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos,
filhos de Deus porque ressuscitaram.”
Essas
palavras de Jesus, vem afirmar, que na vida futura, os laços
firmados nesta vida presente, não serão mantidos, que haverá uma ruptura entre
a passagem desta vida para a outra. Por tanto, é sem fundamento, pensar que os
casados, após a ressurreição, continuarão juntos. Na eternidade, não haverá
mais necessidade de unir-se ao outro, marido e mulher poderão até estarem lado
a lado, mas como anjos...
A ressurreição de Jesus, trouxe-nos a certeza da nossa ressurreição. Ao ressuscitar Jesus, Deus nos deu a certeza de que há vida melhor por vir.
A ressurreição de Jesus, trouxe-nos a certeza da nossa ressurreição. Ao ressuscitar Jesus, Deus nos deu a certeza de que há vida melhor por vir.
A pergunta
capciosa dos Saduceus dirigida a Jesus, com o intuito de criticar a fé na
ressurreição, contribuiu para que chegasse até a nós, a mais bela certeza: o
nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos.
FIQUE NA
PAZ DE JESUS - Olivia Coutinho
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XXXII
DOMINGO DO TC 10/11/2013
1ª
Leitura 2Macabeus 7, 1-2.9-14
Salmo
16(17),15b “Ao despertar, irei saciar-me com a visão do vosso ser”
2ª
Leitura 2 Tessalonicenses 2,16-3,5
Evangelho
Lucas 20, 27-38
“RESSURREIÇÃO É VIDA NOVA!” - Diac. José da
Cruz
Há muitas pessoas que desdenham do “céu” por achar que ele não
existe, e que portanto não há ressurreição dos mortos. Para estes, a vida se
resume a esta existência terrena, “céu e inferno é por aqui mesmo!“- dizem de
boca cheia.
Claro que esta concepção de um “Paraíso Terrestre” só considera a
felicidade que o mundo nos oferece, porque se fundamenta no TER e no PODER.
Para estes, felicidade é desfrutar da vida tudo o que ela pode oferecer, em
todo e qualquer prazer, realizando qualquer desejo. Esse paraíso sonhado e
inventado pelo homem, termina inesperadamente, em um leito de hospital, em um
acidente, em um ato de violência e daí, toda esta bela fantasia acaba enterrada
em uma cova ou colocada em um túmulo, pois até quem não crê, sabe que desta
vida nada se leva. Portanto, viver em função desse falso paraíso, pode ter
certeza de que não vale a pena! É preciso descobrir o verdadeiro sentido dessa
vida.
Mas há pessoas mais ingênuas que crêem em uma ressurreição enquanto
revivicação do cadáver, ou seja, ressuscitar é voltar a esta vida, sendo que
era este o conceito rudimentar de ressurreição no antigo testamento. De modo
prático podemos pensar no seguinte, a pessoa morreu vítima de um acidente de
trânsito, ressuscita e volta novamente a esta vida, com todas as suas
limitações e fragilidades, um dia morre vítima de uma grave enfermidade. De que
adianta a ressurreição, se tudo volta à mesmice?
Os Saduceus eram uma classe elitizada, pertencente a uma corrente
religiosa que não acreditava na ressurreição, e nessa conversa com Jesus
inventam uma novelinha de linha bem humoresca, baseada na lei de Moisés, de
certa mulher que pelo visto, devia ser “Fogo na roupa”, porque casou-se com
sete irmãos, um após a morte do outro, e por fim, um belo dia a coitada também
“bateu com a cacholeta”, também não era para menos...
A história irônica tem como objetivo desmoralizar a doutrina cristã
sobre a ressurreição dos mortos, perguntando de maneira até irreverente, de
quem a tal mulher seria esposa após a ressurreição, já que havia se dado em
casamento a todos os sete, como se a gente levasse para a vida eterna todas as
intrigas e demais complicações desta vida. Se fosse assim, a ressurreição seria
um grande engano.
Mas Jesus rebate os gozadores com um argumento muito consistente:
os que forem considerados dignos da Vida Eterna, não morrerão. Isso é, não
deixarão de existir mas entrarão em uma Vida totalmente nova, passando a ser um
homem renovado, um ser glorioso, sem limites e sem mais nenhuma necessidade
terrena.
E qual a relação entre esta vida nova da pós-morte, e esta vida
terrena? As relações nesta vida, inclusive a conjugal, nada mais são do que um
exercício para este amor da plenitude, que só encontramos em Jesus Cristo após
a ressurreição. Por isso, nesta vida terrena temos necessidade do próximo com
quem nos relacionamos nesse constante aprendizado, que vai nos santificando em
cada momento.
A expressão muito usada, na morte de um ente querido, de que um dia
iremos reencontrá-lo, é legítima e verdadeira, porém, este encontro não será
como imaginamos, marcado por lembranças, sentimentos, recordações, emoções:
“Oi, como vai? Há quanto tempo a gente não se vê. E daí ? Como está a vida
nova? Estou louco para rever todos os que partiram antes de mim... Vamos por a
conversa em ordem”.
Seria muita ingenuidade ficarmos imaginando coisas assim, na
ressurreição. De nada disso teremos mais necessidade, pois todos estaremos em
Deus, mergulhados em sua santidade, plenitude e perfeição. Nada mais teremos a
aprender. Poderá por acaso um acadêmico retorna a um curso de alfabetização?
O que importa é viver a vida com essa certeza de que a vivemos para
Deus, aproveitando cada minuto para praticar o amor, a única virtude que
levaremos para a Ressurreição. Quem viver assim, não morrerá jamais! Palavra de
Jesus de Nazaré, ressuscitado pelo Pai, e que vai à nossa frente, mostrando-nos
o caminho, dando-nos alegria e coragem e acima de tudo confirmando-nos que o
nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos!
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Evangelhos
Dominicais Comentados
10/novembro/2013
– 32º Domingo do Tempo Comum
Evangelho:
(Lc 20,27-38)
Neste Evangelho,
encontramos Jesus rodeado por alguns doutores da lei, chamados saduceus, que o
procuraram para testá-lo, para colocá-lo a prova.
O grupo dos saduceus
era formado por sacerdotes e leigos da alta sociedade. Eram pessoas ricas e
influentes, subordinadas aos romanos e por isso, odiadas pelo povo e também
pelos fariseus. No entanto, Apesar da aparente inimizade, por diversas vezes,
fariseus e saduceus, uniram-se para combater Jesus.
Encontrar alguma falha
em Jesus era para eles uma obsessão. Os saduceus não acreditavam na
ressurreição dos mortos e negavam a Providência Divina. Para tentar justificar
sua descrença, quiseram saber a opinião de Jesus a respeito da Lei de Moisés
que dispunha sobre o matrimônio.
Toda nossa
inteligência e raciocínio estão muito longe de entender o que nos espera na
eternidade, mas pelo visto, querer enxergar as coisas de Deus com olhos humanos
é coisa antiga. Com os saduceus era assim e parece que deles, herdamos a mesma
mania.
Assim como os
saduceus, nós também temos um conceito bem distorcido a respeito da vida
eterna. Encaramos a eternidade como uma simples continuidade desta vida.
Preocupamos-nos inclusive, em juntar tesouros, como se fôssemos realmente
levá-los e utilizá-los no Paraíso.
Uma certeza nós temos:
maravilhas que os olhos humanos jamais viram, Deus Pai reservou para nós no Céu.
No entanto, não conseguimos entender a amplitude dessas maravilhas. Nossa
postura com relação à vida eterna é parecida com a posição de um migrante ou
turista. Parece que vamos somente para uma nova cidade, estado ou país, onde os
nossos sonhos serão realizados.
Nosso entendimento é
tão limitado, que nos leva a traçar um comparativo com as coisas boas que
conhecemos. Por isso achamos que essas maravilhas de Deus se resumem em saúde,
segurança, conforto, terra, emprego e uma série de coisas que almejamos, sempre
relacionadas com nosso dia-a-dia.
A primeira resposta de
Jesus, aos saduceus ressalta que o matrimônio é uma instituição deste mundo em
que homens e mulheres morrem. A finalidade do casamento é conservar a espécie,
através de novos nascimentos. Mas isso é uma necessidade apenas para este
mundo.
Ao professarmos nossa
fé, afirmamos que cremos na ressurreição da carne e na vida eterna, portanto,
após a ressurreição, não haverá mais morte nem nascimento. A alma não morre,
porém a carne ressuscitará e assumirá um corpo imortal, semelhante aos anjos,
por isso não haverá necessidade da união entre esposa e marido.
Nunca é demais lembrar
que, na mesma oração de profissão de fé, também afirmamos que cremos que Jesus
Cristo Ressuscitado, virá para julgar os vivos e os mortos. Por tudo isso,
devemos viver a justiça e o amor, pois Jesus disse também que o justo não
conhecerá a morte eterna.
A fé e a esperança na
ressurreição devem se traduzir num compromisso em defesa da vida. Sabemos o que
isso implica para nós enquanto comunidade. Acreditar no Deus dos vivos nos leva
a lutar contra a opressão e injustiças. A certeza da ressurreição deve
transformar vizinhos em irmãos.
(2871)
jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br - 10/novembro/2013
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Deus salve a nossa família! - Pe. José
Cristo Rey
Evangelho - Lc 20,27-40
Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
“...os que
forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida
futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; e já não poderão
morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
Mas não desanimemos! Leia a belíssima
reflexão do padre José Cristo Rey:
...............................................................................................
NA OUTRA
VIDA SEREMOS IGUAIS AOS ANJOS. NÃO SEREMOS MARIDOS E MULHERES
No Evangelho, Jesus garante que a ressurreição é a realidade que nos espera. No entanto, não vale a pena julgar e imaginar essa realidade à luz das categorias que marcam a nossa existência finita e limitada neste mundo; a nossa existência de ressuscitados será uma existência plena, total, nova. A forma como isso acontecerá é um mistério; mas a ressurreição é uma certeza absoluta no horizonte do crente.
"Creio na ressurreição": energia extra!
Em quantos funerais fomos ao longo do
ano! De quantas pessoas nos despedimos definitivamente quando menos
esperávamos!
Haverá algo depois?
O mais espontâneo - para o ser humano desta cultura globalizada e mais secular que antes - é crer que com a morte tudo se acaba, e que o ser humano é efêmero e, chegado um determinado momento, desaparece, se dilui, deixa de existir sem mais nada.
Esta foi durante muito tempo a fé do povo de Deus, de Israel. Por isso, clamavam: "os vivos, os vivos são os que te adoram, como eu agora”.
O "para além da morte" nos apresenta um limite inacessível e incompreensível. Não temos condição para compreender o que possa ser uma existência após a morte, porque tanto as condições de espaço como de tempo nos fazem entrar na angústia do "sempre, sempre", "ilimitado, ilimitado".
A palavra de Deus os oferece outra senha para entender nossa existência de outra forma.
Os sete irmãos e sua mãe
Que comoção produz a leitura do martírio dos sete irmãos macabeos na presença de sua mãe! Eles não morreram simplesmente para cumprir algumas leis. Morreram por serem fiéis à Aliança com Deus! Morreram para não se divorciar de seu Deus! Para expressar-lhe desse modo seu amor fiel até a morte!
A fidelidade dos irmãos macabeos não teve data de caducidade. Um depois de outro entregaram sua vida ao Deus fiel, enquanto proclamavam também - de forma única! - a fidelidade de Deus com eles. Se Deus é fiel a quem está unido por uma aliança eterna, como nos abandonara após a morte? Os irmãos macabeos e sua mãe proclamam que o Deus fiel os ressuscitará; que aqui na terra se joga só o primeiro tempo; fica um segundo tempo, que é a grande possibilidade da VIDA!
O depoimento em favor da vida eterna não podia ser mais autêntico: os irmãos macabeos fazem de sua morte um testemunho de vida.
Os outros sete irmãos e o Deus dos vivos
Jesus, nosso Senhor, ratifica de forma admirável esta mesma fé: que Deus ressuscita seus filhos e filhas e lhes dá vida eterna! Os saduceos não acreditavam na ressurreição. Para eles a palavra inspirada por Deus era só os cinco livros do Pentateuco. E nesses livros, segundo seu parecer, não se dizia nada a respeito da vida após a morte. Para os saduceus tudo acaba nesta vida. Por isso, eram amigos do dinheiro, da política, do bem-estar aqui e agora. Discutiam a fé de Jesus na ressurreição. Até querem ridicularizá-lo propondo-lhe um caso - que recorda aos sete irmãos macabeos - sobre a lei do levirato e lhe perguntam de qual dos sete irmãos seria declarada esposa na nova vida, quem aqui na terra teve que ser de todos eles.
A resposta de Jesus aos saduceos é genial: No mesmo Pentateuco encontra-se o grande argumento em favor da ressurreição. Yahweh Deus apareceu a Moisés na zarza ardente como o Deus - não de personagens mortas e de cadáveres - senão de Abraão, de Isaac e de Jacó. É um Deus de vivos, não de mortos! E é o Deus que mantém sua Aliança após a morte; suas promessas de vida não são efêmeras.
Viver com o horizonte da Fidelidade de Deus
A fé na ressurreição faz que nos os crentes sintamos que nem todo o joga se joga nesta vida; que o amor apaixonado, que o amor de amizade, não tem data de caducidade - por que amor não passa nunca! -, que a paixão por Deus e de Deus por nós não será diluída pela morte.
Morrer não é para nós um limite insuperável, senão uma fronteira, um passo para o Mistério do Amor que nos espera, da Beleza que almejamos que nunca fomos capazes de imaginar, da Bondade mais intensa e íntima.
A confiança fez que tantos mártires entregassem sua vida e se pusessem loucamente nas mãos do Deus da justiça e do amor. Para nós, a beatificação de nossos mártires não tem um sentido político, de reivindicação de uma memória para que se faça justiça.... Não! Para nós a beatificação de nossos mártires quer dizer de mil formas, com a intensidade do drama que a cada uma delas e deles sofreram: cremos na ressurreição dos mortos!
A fé na ressurreição dos mortos é uma energia "extra" que nos permite arriscar muito, nos comprometer sem medo, não viver o tempo com ansiedade. Com esta energia "extra" podemos construir catedrais que acabarão de ser edificadas por nossos tataranetos, podemos iniciar projetos que outros concluirão. Temos a certeza que nosso Abbá nos dá um futuro. Por isso, não só confessamos "Creio na ressurreição dos mortos", mais também "Creio na comunhão dos Santos". A comunidade da ressurreição não está longe de nós. Anima-nos a entrega até ao último momento e morrer "sorrindo" deixando nas mãos de Quem nos ama, todo nosso afã e preocupações.
Haverá algo depois?
O mais espontâneo - para o ser humano desta cultura globalizada e mais secular que antes - é crer que com a morte tudo se acaba, e que o ser humano é efêmero e, chegado um determinado momento, desaparece, se dilui, deixa de existir sem mais nada.
Esta foi durante muito tempo a fé do povo de Deus, de Israel. Por isso, clamavam: "os vivos, os vivos são os que te adoram, como eu agora”.
O "para além da morte" nos apresenta um limite inacessível e incompreensível. Não temos condição para compreender o que possa ser uma existência após a morte, porque tanto as condições de espaço como de tempo nos fazem entrar na angústia do "sempre, sempre", "ilimitado, ilimitado".
A palavra de Deus os oferece outra senha para entender nossa existência de outra forma.
Os sete irmãos e sua mãe
Que comoção produz a leitura do martírio dos sete irmãos macabeos na presença de sua mãe! Eles não morreram simplesmente para cumprir algumas leis. Morreram por serem fiéis à Aliança com Deus! Morreram para não se divorciar de seu Deus! Para expressar-lhe desse modo seu amor fiel até a morte!
A fidelidade dos irmãos macabeos não teve data de caducidade. Um depois de outro entregaram sua vida ao Deus fiel, enquanto proclamavam também - de forma única! - a fidelidade de Deus com eles. Se Deus é fiel a quem está unido por uma aliança eterna, como nos abandonara após a morte? Os irmãos macabeos e sua mãe proclamam que o Deus fiel os ressuscitará; que aqui na terra se joga só o primeiro tempo; fica um segundo tempo, que é a grande possibilidade da VIDA!
O depoimento em favor da vida eterna não podia ser mais autêntico: os irmãos macabeos fazem de sua morte um testemunho de vida.
Os outros sete irmãos e o Deus dos vivos
Jesus, nosso Senhor, ratifica de forma admirável esta mesma fé: que Deus ressuscita seus filhos e filhas e lhes dá vida eterna! Os saduceos não acreditavam na ressurreição. Para eles a palavra inspirada por Deus era só os cinco livros do Pentateuco. E nesses livros, segundo seu parecer, não se dizia nada a respeito da vida após a morte. Para os saduceus tudo acaba nesta vida. Por isso, eram amigos do dinheiro, da política, do bem-estar aqui e agora. Discutiam a fé de Jesus na ressurreição. Até querem ridicularizá-lo propondo-lhe um caso - que recorda aos sete irmãos macabeos - sobre a lei do levirato e lhe perguntam de qual dos sete irmãos seria declarada esposa na nova vida, quem aqui na terra teve que ser de todos eles.
A resposta de Jesus aos saduceos é genial: No mesmo Pentateuco encontra-se o grande argumento em favor da ressurreição. Yahweh Deus apareceu a Moisés na zarza ardente como o Deus - não de personagens mortas e de cadáveres - senão de Abraão, de Isaac e de Jacó. É um Deus de vivos, não de mortos! E é o Deus que mantém sua Aliança após a morte; suas promessas de vida não são efêmeras.
Viver com o horizonte da Fidelidade de Deus
A fé na ressurreição faz que nos os crentes sintamos que nem todo o joga se joga nesta vida; que o amor apaixonado, que o amor de amizade, não tem data de caducidade - por que amor não passa nunca! -, que a paixão por Deus e de Deus por nós não será diluída pela morte.
Morrer não é para nós um limite insuperável, senão uma fronteira, um passo para o Mistério do Amor que nos espera, da Beleza que almejamos que nunca fomos capazes de imaginar, da Bondade mais intensa e íntima.
A confiança fez que tantos mártires entregassem sua vida e se pusessem loucamente nas mãos do Deus da justiça e do amor. Para nós, a beatificação de nossos mártires não tem um sentido político, de reivindicação de uma memória para que se faça justiça.... Não! Para nós a beatificação de nossos mártires quer dizer de mil formas, com a intensidade do drama que a cada uma delas e deles sofreram: cremos na ressurreição dos mortos!
A fé na ressurreição dos mortos é uma energia "extra" que nos permite arriscar muito, nos comprometer sem medo, não viver o tempo com ansiedade. Com esta energia "extra" podemos construir catedrais que acabarão de ser edificadas por nossos tataranetos, podemos iniciar projetos que outros concluirão. Temos a certeza que nosso Abbá nos dá um futuro. Por isso, não só confessamos "Creio na ressurreição dos mortos", mais também "Creio na comunhão dos Santos". A comunidade da ressurreição não está longe de nós. Anima-nos a entrega até ao último momento e morrer "sorrindo" deixando nas mãos de Quem nos ama, todo nosso afã e preocupações.
Pe. José Cristo Rey Garcia Paredes.
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“Seremos como os anjos” Rita Leite
Evangelho
Lucas 20, 27-40
Os saduceus
formavam um partido religioso e político que abrigava membros de famílias ricas
e não aceitavam a crença na ressurreição. Usam passagens da escrituras para
colocarem-se contra Jesus. Jesus os rebate dizendo que eles embora estejam
citando trechos da escrituras, não as conhecem, pois se conhecessem saberiam
que na vida eterna aqueles que forem julgados dignos de participar do mundo
futuro e da ressurreição dos mortos, não terão tais preocupações, como o
casamento ou bem material, pois serão iguais aos anjos. Nem a morte nem nada
mais terão valor a não ser a eterna comunhão com o Deus da vida. Jesus mostra
que Deus Pai é o Deus comprometido com a vida, que a vida eterna não será como
uma copia desta vida aqui na terra.
O que Deus
preparou para os seus é muito mais do que podemos imaginar. Jesus mostra a eles
que o que vai contar para a vida eterna será as relações de amor esta sim vai
permanecer para a eternidade. Na ressurreição o que realmente importa é que
estaremos próximos de Deus.
Por tanto
nosso modo de viver deve nos levar a construção de um mundo mais justo e
fraterno, baseado na solidariedade e na fraternidade. Deus em sua imensa
misericórdia nos libertará de tudo que nos causam tristeza. E na vida eterna
unidos em comunhão com Deus não precisaremos nos preocupar com coisa alguma,
Deus será tudo em todos. Nossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando
Cristo se manifestar, ele que é a nossa vida, então nós também manifestaremos
com ele na glória.
Em Cristo
Rita Leite
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Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. - Padre Queiroz
Neste
Evangelho, nós temos a cena dos saduceus apresentando a Jesus o caso da mulher
de sete maridos, como um argumento contrário à ressurreição dos mortos.
Mas eles
entendiam errado a ressurreição; pensavam que os que acreditam nela afirmam que
no céu nós viveríamos igualzinho aqui na terra, isto é, teríamos de comer, de
beber, de dormir, teríamos também o casamento...
Jesus
explica que, após a nossa morte, o nosso corpo será glorificado; não
morreremos, mais e seremos iguais aos anjos. Os homens não terão esposas nem as
mulheres terão maridos.
Nós não
sabemos em detalhes como será a nossa vida após a morte, e nem precisamos saber
agora. Basta conhecermos o caminho para chegarmos ao Céu, que é Jesus e o seu
Evangelho, presentes na Igreja, una, santa, católica e apostólica.
Quando
participamos da Santa Missa, ou rezamos o terço, nós dizemos, na profissão de
fé: "Creio na ressurreição da carne". O Prefácio da Missa dos mortos
diz assim: "Com a morte, a vida não é tirada, mas transformada. Desfeito o
nosso corpo mortal, nos é dado nos céus um corpo imperecível". Não será
outro corpo, será este mesmo que temos, mas transformado, glorificado.
Jesus
falava que ia ressuscitar (Cf Mc 8,31ss; 9,31ss), e sempre pregava que todos
nós ressuscitaremos. Como é bom saber que a nossa vida é eterna, que tivemos um
começo, mas não teremos fim! A fé na ressurreição nos dá forças para enfrentar
as dificuldades, e até o risco de vida. Os homens podem matar o corpo, mas a
alma, nunca.
Jesus
ressuscitou algumas pessoas (Lázaro, o filho da viúva de Naim...) para nos
mostrar que tem poder e conhecimento sobre a vida após a morte. Apesar de esses
milagres terem sido completamente diferentes da ressurreição dele e nossa, pois
Lázaro e o filho da viúva simplesmente retornaram à vida terrena e mortal. Mas
os milagres valeram para provar o poder de Jesus sobre a morte e sobre o que
acontece depois.
Jesus, com
a sua ressurreição, derrotou a morte. Ela continua existindo, mas perdeu a sua
força. "A morte foi tragada pela vida; onde está, ó morte, a tua vitória?
Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (1Cor 15,54-55). Isso nos dá uma
alegria e uma coragem invencíveis!
Deus não é
Deus dos mortos, mas dos vivos. Toda a Bíblia apresenta Deus como Deus da vida,
e que faz do homem e da mulher seus amigos, como fez com os três citados por
Jesus: Abraão, Isac e Jacó. Se Deus fez aliança com eles, podia deixá-los
desaparecerem para sempre? Nunca! Esse é o argumento de Jesus.
A
ressurreição foi sendo revelada aos poucos. No começo, o Povo de Deus não
conhecia essa verdade. Mas tinha uma vaga consciência dela, baseado justamente
no argumento acima: Deus ama o ser humano, quer que ele ou ela viva e não
desapareça, e pode fazer isso. Portanto o faz.
Por isso
que exageravam a duração da vida dos justos, por exemplo, de Matusalém, que
viveu 969 anos (Cf Gn 5,27). Jesus veio e revelou a verdade completa: Deus não
só prolonga a vida humana, ele a tornou eterna. "Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim viverá eternamente".
"Eu
vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância." Uma vida em
abundância não pode acabar logo. Na luta pela vida, nós descobrimos o rosto de
Deus, pois ele é o Deus da vida, o Deus que quer vida, e vida plena para todos.
A
ressurreição nossa é obra de Deus, fruto do seu poder. É ele que nos tomará e
nos transformará. O mesmo Deus que um dia nos criou, nos recriará. A ciência
não consegue entender nem explicar esse mistério. Ele é sobrenatural. O livro
de Jó é um argumento a favor da ressurreição. Esse livro mostra que a
ressurreição é um mistério, mas sem ela a vida seria um absurdo.
A nossa
melhor atitude diante das realidades futuras é jogar-nos nas mãos de Deus, como
fez Jesus, antes de morrer: "Pai, em tuas mãos entrego o meu
espírito". Nós não sabemos como será, mas Deus, nosso bom Pai, sabe, e
isso nos basta.
Como que é
gratificante saber que vamos ressuscitar! Saber que Deus nos ama tanto, que nos
criou eternos! Ele não quer separar-se de nós nunca. "Tu não me
abandonarás no túmulo, e viverei à tua direita para sempre" (Sl 16).
Entretanto,
a fé na ressurreição nos leva a sermos prudentes e vigilantes, pois não sabemos
o dia nem a hora. "O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde
a própria vida?" (Mt 16,26). "Não ajunteis para vós tesouros na
terra" (Mt 6,19).
Certa vez,
a muitos anos atrás, um operário e um cavaleiro se encontraram numa estação de
trem. Os dois se apresentaram, conversaram e compraram as passagens na mesma
cabine, porque aquele trem tinha cabines para duas pessoas. O trem chegou e
eles embarcaram.
Na estação
seguinte, entrou também um padre. Ao verem o padre passar no corredor, o
cavaleiro comentou, com um ar de desprezo: "Para que serve um padre?"
Como quem diz: O padre não serve para nada.
O operário
não respondeu. Lá na frente, quando o trem atravessava uma grande floresta, o
operário disse ao cavaleiro: "Estamos sós. Ninguém nos vê nem nos ouve. O
que você faria se eu o estrangulasse agora, lhe tomasse todo o seu dinheiro e,
aproveitando uma curva, pulasse esta janela?"
Pálido de
medo, o cavaleiro respondeu: "Você se engana, eu não trago dinheiro
comigo". "Mentira" retrucou o operário. "Você tem aí trinta
mil Reais. Eu o vi pegar no banco."
"Você
cometeria dois crimes: homicídio e roubo", disse o cavaleiro.
"Homicídio
e roubo nada significam para quem não crê em Deus. Se eu pensasse como você, e
não fizesse isso agora, eu seria um bobo. Mas você não tenha medo, porque eu
fui educado por padres, e eles me ensinaram os dez mandamentos: não furtar, não
matar etc. E me ensinaram que existe uma vida eterna após a morte, com o Céu
para os bons e o inferno para os maus. Entendeu agora para que serve o
padre?"
Certamente
aquele cavaleiro até se esqueceu do cavalo!
A nossa vida
não termina na morte, por isso vamos preparar-nos bem para o que vem depois!
A
ressurreição é o prêmio de Deus aos justos. Maria Santíssima era tão santa que
foi elevada por Deus ao céu em corpo e alma. Que ela nos ajude a vivermos de
acordo com essa gratificante verdade da ressurreição.
Deus não é
Deus dos mortos, mas dos vivos.
Padre
Queiroz
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EU NÃO SOU UM DEUS DOS MORTOS
Deus não é Deus dos mortos, mas dos
vivos”.
Por sermos mais ligados à nossa dimensão material nós confundimos os projetos de eternidade que Deus nos reserva e, por isso, deixamos de enxergar as coisas espirituais, nivelando a nossa vida depois da nossa morte com a que nós experimentamos na terra.
Jesus esclarece esse mistério quando nos revela que “quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu.” Portanto, espiritualmente, para nós será mais salutar que procuremos nos liberar do apego demasiado às pessoas, porque, realmente, somos propriedade de Deus Pai e, segundo a Sua misericórdia é Ele quem nos reserva o lugar no qual habitaremos eternamente.
O alcance do argumento de Jesus era bem mais amplo do que aquele contexto de ressurreição para os fariseus que acreditavam que a ressurreição fosse um prolongamento da vida presente, uma espécie de plenitude dos prazeres terrenos.
Para Jesus, quem morre entra na vida eterna, na contemplação da vida divina. O mundo futuro não consiste na continuação da vida atual do corpo, por isso não precisam de casamento. Jesus, porém, não esclarece que tipo de corpo teremos, mas apenas afirma que seremos iguais aos anjos, e faremos uma comunhão com Deus, ou seja, viveremos a vida do próprio Deus. O mistério da ressurreição foi explicitado por Jesus, sobretudo com sua própria Ressurreição. A partir da Páscoa, os Apóstolos passaram a chamar-se “testemunhas da Ressurreição e dela fizeram o centro de toda a pregação e o fundamento da fé cristã.
Jesus conquistou para nós a ressurreição e, sabemos em quem colocamos a nossa fé. Todo o fundamento do cristão está na ressurreição de Jesus e Nele esperamos também ressuscitar. Se a ressurreição consiste em estar sempre com o Senhor, o viver neste mundo exclusivamente para o Senhor e com o Senhor já tem o gosto da eternidade.
A certeza da Ressurreição não deve ser, apenas, uma realidade que esperamos; mas deve ser uma realidade que influencia, desde já, a nossa existência terrena. É o horizonte da Ressurreição que deve influenciar as nossas atitudes; é a certeza da ressurreição que nos dá a coragem de enfrentar as forças da morte que dominam o mundo, do ter, do ser, do poder indiscriminado,de forma a que o novo céu e a nova terra que nos esperam comecem a desenhar-se desde já.
Por isso, somos mais que vencedores do mundo: Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”. Hoje, somos matéria e espírito, um dia seremos como os anjos do céu, não teremos mais apego a ninguém, seremos só de Cristo e viveremos em perfeita harmonia com o Pai e com todos os nossos queridos.
Demos graças a Deus pelo dom da vida e a garantia da ressurreição em Cristo Jesus! Meu irmão , minha irmã, reflitamos: O que as palavras de Jesus causam em você, preocupação ou esperança?Você acredita que um dia ressuscitará e vivera no céu com os anjos e os santos?
Viemos de Deus da Vida, e com a morte, voltamos para ele. A Morte é o encontro maravilhoso com os amigos e parentes, na visão beatífica do pai. Para este encontro queremos nos preparar na companhia do nosso melhor amigo, Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida.
Por sermos mais ligados à nossa dimensão material nós confundimos os projetos de eternidade que Deus nos reserva e, por isso, deixamos de enxergar as coisas espirituais, nivelando a nossa vida depois da nossa morte com a que nós experimentamos na terra.
Jesus esclarece esse mistério quando nos revela que “quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu.” Portanto, espiritualmente, para nós será mais salutar que procuremos nos liberar do apego demasiado às pessoas, porque, realmente, somos propriedade de Deus Pai e, segundo a Sua misericórdia é Ele quem nos reserva o lugar no qual habitaremos eternamente.
O alcance do argumento de Jesus era bem mais amplo do que aquele contexto de ressurreição para os fariseus que acreditavam que a ressurreição fosse um prolongamento da vida presente, uma espécie de plenitude dos prazeres terrenos.
Para Jesus, quem morre entra na vida eterna, na contemplação da vida divina. O mundo futuro não consiste na continuação da vida atual do corpo, por isso não precisam de casamento. Jesus, porém, não esclarece que tipo de corpo teremos, mas apenas afirma que seremos iguais aos anjos, e faremos uma comunhão com Deus, ou seja, viveremos a vida do próprio Deus. O mistério da ressurreição foi explicitado por Jesus, sobretudo com sua própria Ressurreição. A partir da Páscoa, os Apóstolos passaram a chamar-se “testemunhas da Ressurreição e dela fizeram o centro de toda a pregação e o fundamento da fé cristã.
Jesus conquistou para nós a ressurreição e, sabemos em quem colocamos a nossa fé. Todo o fundamento do cristão está na ressurreição de Jesus e Nele esperamos também ressuscitar. Se a ressurreição consiste em estar sempre com o Senhor, o viver neste mundo exclusivamente para o Senhor e com o Senhor já tem o gosto da eternidade.
A certeza da Ressurreição não deve ser, apenas, uma realidade que esperamos; mas deve ser uma realidade que influencia, desde já, a nossa existência terrena. É o horizonte da Ressurreição que deve influenciar as nossas atitudes; é a certeza da ressurreição que nos dá a coragem de enfrentar as forças da morte que dominam o mundo, do ter, do ser, do poder indiscriminado,de forma a que o novo céu e a nova terra que nos esperam comecem a desenhar-se desde já.
Por isso, somos mais que vencedores do mundo: Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”. Hoje, somos matéria e espírito, um dia seremos como os anjos do céu, não teremos mais apego a ninguém, seremos só de Cristo e viveremos em perfeita harmonia com o Pai e com todos os nossos queridos.
Demos graças a Deus pelo dom da vida e a garantia da ressurreição em Cristo Jesus! Meu irmão , minha irmã, reflitamos: O que as palavras de Jesus causam em você, preocupação ou esperança?Você acredita que um dia ressuscitará e vivera no céu com os anjos e os santos?
Viemos de Deus da Vida, e com a morte, voltamos para ele. A Morte é o encontro maravilhoso com os amigos e parentes, na visão beatífica do pai. Para este encontro queremos nos preparar na companhia do nosso melhor amigo, Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida.
Helena Serpa
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Ele não é Deus de mortos, mas de vivos!
Evangelho - Mc 12,18-27
Os saduceus
pensaram que conseguiriam colocar Jesus em um beco sem saída ao apresentar-lhe
a questão daquela mulher que teve sete maridos, com relação a ressurreição.
“Na
ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem será ela mulher?
Por que os sete se casaram com ela!”
Jesus, sabendo que aqueles judeus não acreditavam na ressurreição e queriam colocá-lo em uma situação difícil. Então Jesus ao responder a maliciosa pergunta, além de dizer que eles estavam enganados, afirma que os mesmos desconhecem as escrituras e não confiam no poder de Deus.
Por que os sete se casaram com ela!”
Jesus, sabendo que aqueles judeus não acreditavam na ressurreição e queriam colocá-lo em uma situação difícil. Então Jesus ao responder a maliciosa pergunta, além de dizer que eles estavam enganados, afirma que os mesmos desconhecem as escrituras e não confiam no poder de Deus.
Continuando,
Jesus reafirma a veracidade da ressurreição, ao afirmar que O Pai não um Deus
dos mortos, mas sim dos vivos.
Hoje também vez por outra encontramos
alguém que nos questionam, sobre certas verdades da Bíblia, sobre dogmas da
Igreja, sobe a virgindade de Maria, etc Na verdade , essas pessoas não
estão querendo saber nada, ou mesmo esclarecer alguma dúvida, mas sim nos
colocar em uma situação difícil sem saída. Mal sabem eles que somos
guiados e iluminados pelo Espírito Santo. Todas as vezes em que me vi em
situação semelhante, elevei o pensamento aos céus, ao Espírito de Verdade e
nosso defensor, e a resposta me veio na hora.Vejam que na vida real, eu não sou
sempre assim. Sou de efeito retardado.Diante de uma agressão verbal de alguém,
eu sempre fico calmo, não dou resposta na hora. Porém, depois de algum tempo,
eu rapo o fundo do pote e parto para cima do adversário mostrando a ele o por
das coisas, colocando-o no seu devido lugar.
Quer saber? Na verdade religião não se
discute. Porque nenhuma das partes conflitantes irá arredar o pé de suas
convicções. Então, o melhor a fazer é conviver com os irmãos de outras
religiões no maior respeito mútuo possível, lembrando sempre que quem vai
um dia dizer quem é quem, quem esteve o tempo todo no caminho certo, é Jesus.
Para concluir, vejamos a reflexão da
CNBB.
Tem gente
que sente o maior prazer em discutir religião. Essas discussões, na verdade,
não significam a busca de uma melhor compreensão da fé com a finalidade de
possibilitar uma resposta de qualidade aos apelativos dos valores evangélicos,
mas na maioria das vezes se constituem numa discussão sobre posições unilaterais
e não negociáveis, muitas vezes posições pessoais, que só servem para
aprofundar diferenças e criar divisões e em nada contribuem para que todos
possam chegar à verdade, muito menos para viver segundo ela. (CNBB).
Sal.
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Ele não é Deus de mortos, mas de vivos!
Como no
evangelho de ontem, Jesus se vê enfrentando um grupo judaico que trata de
desacreditar seus ensinamentos. Os saduceus que não crêem na ressurreição
colocam Jesus em uma situação difícil. Os judeus estavam obrigados pela lei a
tomar como esposa a mulher de seu irmão quando este falecia sem deixar
descendência. Usando esta norma, os saduceus fazem uma pergunta mal
intencionada a Jesus. Novamente ele ensina e ao mesmo tempo transmite uma boa
nova.
Por uma parte afirma que “Deus não é um Deus dos mortos”, e por outro que a nova vida não é continuar atado às leis humanas. Os saduceus estão equivocados por não entender as escrituras, talvez não tivessem disposição para descobrir nela a mensagem de Deus. É um risco que também nós corremos: continuar com nossos preconceitos e paradigmas e não deixarmos nos iluminar pela escritura.
Os saduceus tampouco conhecem o poder de Deus, quantas vezes nós só confiamos em nossas forças, conhecimento e instinto, que nas promessas e no poder de Deus? Se confiamos e trabalhamos por fazer transformar em vida as promessas de Deus, podemos desde já começar a viver de nossa própria ressurreição.
Por uma parte afirma que “Deus não é um Deus dos mortos”, e por outro que a nova vida não é continuar atado às leis humanas. Os saduceus estão equivocados por não entender as escrituras, talvez não tivessem disposição para descobrir nela a mensagem de Deus. É um risco que também nós corremos: continuar com nossos preconceitos e paradigmas e não deixarmos nos iluminar pela escritura.
Os saduceus tampouco conhecem o poder de Deus, quantas vezes nós só confiamos em nossas forças, conhecimento e instinto, que nas promessas e no poder de Deus? Se confiamos e trabalhamos por fazer transformar em vida as promessas de Deus, podemos desde já começar a viver de nossa própria ressurreição.
Serviço Bíblico
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Deus é Deus dos vivos - Padre Queiroz
'A
felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido." (Marxwell Maltz)
Deus é Deus
dos vivos
Deus não é Deus dos mortos, mas dos
vivos
Neste Evangelho, nós temos a cena dos
saduceus apresentando a Jesus o caso da mulher de sete maridos, como um
argumento contrário à ressurreição dos mortos.
Mas eles entendiam errado a
ressurreição; pensavam que os que acreditam nela afirmam que no céu nós
viveríamos igualzinho aqui na terra, isto é, teríamos de comer, de beber, de
dormir, teríamos também o casamento...
Jesus explica que, após a nossa morte, o
nosso corpo será glorificado; não morreremos, mais e seremos iguais aos anjos.
Os homens não terão esposas nem as mulheres terão maridos.
Nós não sabemos em detalhes como será a
nossa vida após a morte, e nem precisamos saber agora. Basta conhecermos o
caminho para chegarmos ao Céu, que é Jesus e o seu Evangelho, presentes na
Igreja, una, santa, católica e apostólica.
Quando participamos da Santa Missa, ou
rezamos o terço, nós dizemos, na profissão de fé: “Creio na ressurreição da
carne”. O Prefácio da Missa dos mortos diz assim: “Com a morte, a vida não é
tirada, mas transformada. Desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus um
corpo imperecível”. Não será outro corpo, será este mesmo que temos, mas
transformado, glorificado.
Jesus falava que ia ressuscitar (Cf Mc
8,31ss; 9,31ss), e sempre pregava que todos nós ressuscitaremos. Como é bom
saber que a nossa vida é eterna, que tivemos um começo, mas não teremos fim! A
fé na ressurreição nos dá forças para enfrentar as dificuldades, e até o risco
de vida. Os homens podem matar o corpo, mas a alma, nunca.
Jesus ressuscitou algumas pessoas
(Lázaro, o filho da viúva de Naim...) para nos mostrar que tem poder e
conhecimento sobre a vida após a morte. Apesar de esses milagres terem sido
completamente diferentes da ressurreição dele e nossa, pois Lázaro e o filho da
viúva simplesmente retornaram à vida terrena e mortal. Mas os milagres valeram
para provar o poder de Jesus sobre a morte e sobre o que acontece depois.
Jesus, com a sua ressurreição, derrotou
a morte. Ela continua existindo, mas perdeu a sua força. “A morte foi tragada
pela vida; onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”
(1Cor 15,54-55). Isso nos dá uma alegria e uma coragem invencíveis!
Deus não é Deus dos mortos, mas dos
vivos. Toda a Bíblia apresenta Deus como Deus da vida, e que faz do homem e da
mulher seus amigos, como fez com os três citados por Jesus: Abraão, Isac e
Jacó. Se Deus fez aliança com eles, podia deixá-los desaparecerem para sempre?
Nunca! Esse é o argumento de Jesus.
A ressurreição foi sendo revelada aos
poucos. No começo, o Povo de Deus não conhecia essa verdade. Mas tinha uma vaga
consciência dela, baseado justamente no argumento acima: Deus ama o ser humano,
quer que ele ou ela viva e não desapareça, e pode fazer isso. Portanto o faz.
Por isso que exageravam a duração da
vida dos justos, por exemplo, de Matusalém, que viveu 969 anos (Cf Gn 5,27).
Jesus veio e revelou a verdade completa: Deus não só prolonga a vida humana,
ele a tornou eterna. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim viverá
eternamente”.
“Eu vim para que todos tenham vida, e a
tenham em abundância.” Uma vida em abundância não pode acabar logo. Na luta
pela vida, nós descobrimos o rosto de Deus, pois ele é o Deus da vida, o Deus
que quer vida, e vida plena para todos.
A ressurreição nossa é obra de Deus,
fruto do seu poder. É ele que nos tomará e nos transformará. O mesmo Deus que
um dia nos criou, nos recriará. A ciência não consegue entender nem explicar
esse mistério. Ele é sobrenatural. O livro de Jó é um argumento a favor da
ressurreição. Esse livro mostra que a ressurreição é um mistério, mas sem ela a
vida seria um absurdo.
A nossa melhor atitude diante das
realidades futuras é jogar-nos nas mãos de Deus, como fez Jesus, antes de
morrer: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Nós não sabemos como será,
mas Deus, nosso bom Pai, sabe, e isso nos basta.
Como que é gratificante saber que vamos
ressuscitar! Saber que Deus nos ama tanto, que nos criou eternos! Ele não quer
separar-se de nós nunca. “Tu não me abandonarás no túmulo, e viverei à tua
direita para sempre” (Sl 16).
Entretanto, a fé na ressurreição nos
leva a sermos prudentes e vigilantes, pois não sabemos o dia nem a hora.
"O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria
vida?" (Mt 16,26). “Não ajunteis para vós tesouros na terra” (Mt 6,19).
Certa vez, a muitos anos atrás, um
operário e um cavaleiro se encontraram numa estação de trem. Os dois se
apresentaram, conversaram e compraram as passagens na mesma cabine, porque
aquele trem tinha cabines para duas pessoas. O trem chegou e eles embarcaram.
Na estação seguinte, entrou também um
padre. Ao verem o padre passar no corredor, o cavaleiro comentou, com um ar de
desprezo: “Para que serve um padre?” Como quem diz: O padre não serve para
nada.
O operário não respondeu. Lá na frente,
quando o trem atravessava uma grande floresta, o operário disse ao cavaleiro:
“Estamos sós. Ninguém nos vê nem nos ouve. O que você faria se eu o
estrangulasse agora, lhe tomasse todo o seu dinheiro e, aproveitando uma curva,
pulasse esta janela?”
Pálido de medo, o cavaleiro respondeu:
“Você se engana, eu não trago dinheiro comigo”. “Mentira” retrucou o operário.
“Você tem aí trinta mil Reais. Eu o vi pegar no banco.”
“Você cometeria dois crimes: homicídio e
roubo”, disse o cavaleiro.
“Homicídio e roubo nada significam para
quem não crê em Deus. Se eu pensasse como você, e não fizesse isso agora, eu
seria um bobo. Mas você não tenha medo, porque eu fui educado por padres, e
eles me ensinaram os dez mandamentos: não furtar, não matar etc. E me ensinaram
que existe uma vida eterna após a morte, com o Céu para os bons e o inferno
para os maus. Entendeu agora para que serve o padre?”
Certamente aquele cavaleiro até se
esqueceu do cavalo!
A nossa vida não termina na morte, por
isso vamos preparar-nos bem para o que vem depois!
A ressurreição é o prêmio de Deus aos
justos. Maria Santíssima era tão santa que foi elevada por Deus ao céu em corpo
e alma. Que ela nos ajude a vivermos de acordo com essa gratificante verdade da
ressurreição.
Deus não é Deus dos mortos, mas dos
vivos.
Padre
Queiroz
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A
Ressurreição da Carne
Neste domingo, o tema
principal é a Ressurreição da carne. Preste atenção na oração do Credo, da
nossa Igreja Católica, e veja que nós afirmamos que acreditamos nessa
ressurreição e, muitos de nós nem entendemos o que isso significa. Como você
pode dizer que acredita em algo se você não tem idéia do que isso significa?
Vamos refletir sobre esse assunto hoje... Espero que, ao final, você entenda e
possa dizer, com propriedade, que acredita na ressurreição.
O que acontece após a
morte sempre foi um grande mistério na história da humanidade. Os antigos
filósofos gregos, por exemplo, acreditavam que após a morte, o espírito
voltava, só que em um animal. Os budistas orientais acreditam que, após a
morte, o espírito volta para o corpo de outra pessoa que acabou de nascer. Isso
se chama reencarnação e é um conceito que é acreditado por outras religiões,
inclusive o espiritismo, muito presente no nosso país. Alguns filmes de
Hollywood e até algumas novelas brasileiras contam estórias seguindo essas
idéias... Outras pessoas, ainda, acreditam que após a morte não existe mais
nada.
É importante saber pelo
menos esse básico, para entender as diferenças da grande novidade que Jesus
veio trazer, sobre o que acontece após a morte.
Ressurreição é o retorno
da nossa alma ao corpo glorioso que Deus nos dará no último dia. Assim diz o
Catecismo da Igreja Católica, resumidamente: na morte, nossa alma se separa do
nosso corpo, e vai para junto de Deus. Enquanto nossa carne cai na corrupção,
ou seja, ela se decompõe. No último dia, Deus nos dará um "corpo
glorioso", que está fora do nosso entendimento, e que não irá mais se
decompor. Então a nossa alma se unirá a esse corpo glorioso para sempre. Essa é
a Ressurreição da carne,
que nós rezamos na oração do Credo, todos os domingos, na missa.
Acontece que, na época
de Jesus, existia uma classe de judeus que acreditava e seguia o Antigo
Testamento da Bíblia (que era o único que existia naquela época), mas não
acreditava na Ressurreição da carne. Eles eram os saduceus. Esses homens
queriam colocar uma situação APARENTEMENTE sem solução para Jesus explicar,
baseado na Ressurreição. Uma mulher casou com um homem que tinha 6 irmãos. O
marido morreu sem deixar filhos, então a lei de Moisés dizia que o próximo
irmão deveria casar com ela para preservar a descendência para o seu irmão. E
assim, os sete se casaram com ela e não deixaram filho, e por último, morreu a
mulher. Qual dos sete irmãos ficará com essa mulher, após a ressurreição?
Jesus nos diz algo que
só quem tem pleno conhecimento da grande obra de Deus poderia saber: após a
ressurreição, ninguém mais vai precisar se casar, pois todos serão como anjos
de Deus. Todos nós faremos parte do corpo glorioso de Deus, o qual está fora do
nosso entendimento. É por isso que, no sacramento do casamento, que celebramos
aqui neste mundo, dizemos: "...até que a morte nos separe". Após a
ressurreição dos mortos, todos nós estaremos novamente unidos, então não
precisará mais de casamento.
Para concluir, Jesus diz
que o nosso Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos nós vivemos
para Ele. Isso significa que, mesmo após nossa morte, existe uma vida, e uma
vida que será muito melhor do que essa que estamos agora. Por isso, não
precisamos temer... afinal, Jesus não mente.
Jailson Ferreira
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Estamos já próximos do final do Ano
Litúrgico. De hoje a 15 dias, estaremos celebrando a Solenidade de Cristo-Rei,
que marca o final do ano da Igreja. Pois bem, a Liturgia vai nos educando,
irmãos amados, fazendo-nos pensar no fim de nossa vida – fim que nos obriga a
nos perguntar pelo sentido da nossa existência e pelo que estamos fazendo dela.
Neste sentido, tivemos a Solenidade de Todos os Santos e a Comemoração dos
Fiéis Defuntos... E hoje a Liturgia fala-nos da ressurreição.
O Evangelho nos apresenta uma disputa
entre Jesus e os saduceus, que não acreditavam na ressurreição. O Senhor
confirma: há, sim ressurreição! Os mortos ressurgirão, mas de um modo que nós
não podemos descrever nem imaginar: “Os que forem julgados dignos da
ressurreição dos mortos e da vida futura, nem eles se casam nem elas dão em
casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos
de Deus, porque ressuscitaram”. Em outras palavras: estaremos em tal comunhão
com o Deus da vida, em tal proximidade dele – como os anjos – que, a morte
nunca mais nos poderá atingir: nem a morte física, nem a morte da dor, nem a
morte da tristeza, do medo, da saudade, nem a morte do pecado! Como diz o
Salmista: “Eu verei, justificado, a vossa face e ao despertar me saciará vossa presença!”
Caríssimos, quando a Escritura fala em
ressurreição, não está pensando simplesmente em voltarmos a esta nossa vida,
deste nosso modo atual, somente que habitando no céu... De modo algum! Nós
seremos glorificados em corpo e alma! Ressuscitar é receber em todo o nosso ser
a vida de Deus, que Cristo, o primogênito dentre os mortos, nos conquistou e já
derramou em nós no batismo. Semente dessa vida é o Espírito Santo vivificador –
o mesmo em quem o Pai ressuscitou o Filho Jesus! É Jesus quem nos ressuscita,
ele que disse a Marta: “Eu sou a Ressurreição!” (Jo 11,25) É somente nele e por
causa dele que esperamos vencer a morte! Na primeira leitura deste Domingo
escutamos, impressionados, o testemunho dos sete irmãos, filho de uma corajosa
mãe viúva, que incentiva seus filhos a entregarem a vida por amor da Lei de
Deus. Donde lhes vinha tanta coragem? Donde, tanta disponibilidade para serem
fiéis até o fim? Da certeza de que ressuscitariam: “Prefiro ser morto pelos
homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará!”
– disse um deles. E o outro, pensando na ressurreição da carne, afirmou sem
medo: “Do céu recebi estes membros; por causa de suas leis os desprezo, pois do
Céu espero recebê-los de novo!” Vede, meus caros, o quanto a certeza da vida
eterna muda nosso modo de enfrentar os revezes da vida. A este propósito,
poderíamos perguntar: Tanta frouxidão na nossa fé, tanto relaxamento nos nossos
costumes, tão pouca seriedade na prática da religião, tanta condescendência com
os vícios, a comodidade e a tibieza, não seriam causados por uma fraca e sem
convicção fé na ressurreição, na vida eterna?
E, no entanto, a nossa esperança é
firme: fomos criador para Deus, para Deus estamos a caminho... Um dia
morreremos, terminará nosso caminho neste mundo tão incerto. E, imediatamente
após a morte, em nossas almas, estaremos diante do Cristo, nossa Salvador e
Juiz. Se tivermos sido abertos ao seu Espírito Santo, se lhe tivermos sido
realmente fiéis, ele, nosso Senhor, no seu abraço eterno, glorificará do seu
Espírito Santo a nossa alma e, então, estaremos para sempre com o Senhor, onde
ninguém mais vai sofrer, ninguém mais chorar, ninguém vai ter saudade, ninguém
mais vai ficar triste. No final dos tempos, quando Cristo nossa vida,
glorificar todo o universo, também nossos pobres corpos ressuscitarão, pela
força e ação do mesmo Espírito Santo vivificador, que o Senhor tem em
plenitude. Assim, em todo o nosso ser, corpo e alma, estaremos para sempre com
o Senhor! Eis por que somos cristãos, eis por que temos esperança! Eis por que
queremos viver com retidão, sobriedade, abertura de coração para os irmãos e
santo temor em relação a Deus. É o que exprime São Paulo na segunda leitura:
“Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus nosso Pai, que nos amou em sua graça e nos
proporcionou uma consolação eterna e feliz esperança, animem os vossos corações
e vos confirmem em toda boa ação e palavra. O Senhor dirija os vossos corações
ao amor de Deus e à firme esperança em Cristo!”
Caríssimos, em Cristo, se fomos criados
para Deus, para a comunhão com ele no céu, tenhamos, no entanto, o cuidado de
não o perdermos para sempre no inferno. O inferno existe, é real e pode ser
nossa miserável herança! Pode dar-se que, logo após a minha morte, não exista
nenhum comunhão com o Cristo que é Vida, mas somente o “Apartai-vos de mim,
malditos! Não vos conheço!” E nossa alma caia na eterna tristeza, na depressão
sem fim, que devora, como verme e queima como fogo! Não aconteça que, no fim
dos tempos, também nosso corpo tenha de padecer também este triste destino!
Eis, amados em Cristo, que o Senhor nos
adverte! Procuremos, pois, viver de tal modo, que possamos ser considerados
dignos de viver para sempre com ele. Para isso, pautemos nossa vida pelo amor e
obediência ao Senhor. Assim poderemos dizer como o Salmista, tendo os olhos
fixos em Cristo nosso Deus e nossa vida: “Os meus passos eu firmei na vossa
estrada,/ e por isso os meus pés não vacilaram./ Eu vos chamo, ó meu Deus,
porque me ouvis,/ inclinai o vosso ouvido e escutai-me!/ Protegei-me qual dos
olhos a pupila/ e guardei-me, à proteção de vossas asas./ Mas eu verei
justificado a vossa face/ e ao despertar me saciará vossa presença!” Que o
Senhor que tudo pode confirme a nossa esperança.
dom Henrique Soares da Costa
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O
Deus dos vivos e não dos mortos
A
fé na ressurreição é algo recente para o mundo antigo e não foi aceita por
todos. Acreditar na ressurreição era um escândalo no mundo pagão. Jesus explica
o fato da ressurreição a partir do próprio Deus. Os patriarcas devem estar
vivos de alguma maneira, pois com eles sempre esteve o Deus da vida. Contra
quaisquer objeções grosseiras por parte dos descrentes, a fé na ressurreição dá
ânimo para o enfrentamento do martírio, pois ressuscitar é chegar ao pleno
desenvolvimento da vocação humana. A ressurreição significa que todas as
dimensões da vida serão transfiguradas à maneira do Cristo ressuscitado. O
fundamento da fé na ressurreição é a fidelidade divina. Porque Deus é fiel ele
não permitirá que a morte tenha a última palavra. Dessa forma, a fé na ressurreição
é a motivação para a fidelidade humana diante das piores torturas ou da morte.
Deus nos guardará e confirmará nossa fé na vinda de Cristo.
Evangelho
(Lc. 20,27-38)
Não
mais poderão morrer
O
texto de hoje nos oferece uma rica reflexão sobre a ressurreição dos mortos,
tema ainda pouco compreendido também nos dias de hoje. Muitos cristãos
hodiernos pensam como os saduceus, pois não entendem o que seja ressurreição.
Por isso, a pergunta feita a Jesus retrata não apenas a descrença dos saduceus
daquela época, mas faz eco ao que muitos cristãos pensam hoje.
Os
saduceus aceitavam apenas os livros da Torah (Pentateuco) como Palavra de Deus.
E a fé em uma ressurreição pessoal não surgiu até quando foi escrito o livro de
Daniel (cf. Dn. 12,2), portanto, não se encontra na Torah. A pergunta que
fizeram a Jesus tomou por base uma norma da Torah, a lei do levirato (Gn. 38,8;
Dt. 25,5-10). Segundo essa lei, um homem teria que casar com a cunhada viúva
(caso o irmão falecido não tivesse deixado um filho homem para herdar
seus bens), dessa forma se garantia que o falecido teria uma descendência e que
suas propriedades permaneceriam na família. Nesse caso, se sete irmãos
sucessivamente tivessem se casado com a mesma mulher, qual deles seria o marido
legítimo quando todos ressuscitassem?
A
intenção dessa pergunta é ridicularizar a fé na ressurreição, mostrando que é
algo incompatível com o mandamento do levirato e, portanto, contra a Torah.
Então, a fé na ressurreição seria um absurdo. A resposta de Jesus rejeita o
princípio sobre o qual se fundamenta a narrativa proposta pelos saduceus,
segundo o qual a ressurreição seria apenas uma projeção e um prolongamento da
vida terrestre. Jesus mostra que a lei do levirato tinha por objetivo apenas
garantir a conservação da vida terrena, mas em nada se referia à vida após a
morte.
Jesus
responde aos saduceus a partir do texto de Ex. 3,6, esclarecendo que a
ressurreição está implícita na Torah. Jesus faz uma distinção entre o mundo
presente e o mundo vindouro, para sublinhar a diferença radical do futuro que
Deus prepara para os justos. Estes participam da vida de Deus, estão em
profunda comunhão com ele, não mais submetidos à ameaça da morte. São
semelhantes aos anjos, ou seja, na ressurreição a procriação não é mais
necessária para a preservação da vida. Portanto, o corpo ressuscitado deve ser
diferente do corpo terreno.
Ao
referir-se à autoridade de Moisés, Jesus afirma de maneira inequívoca o
fundamento da fé no Deus vivo e verdadeiro, o qual mantém uma relação de
comunhão com os fiéis no pós-morte.
A
Escritura não pretende explicar como será a vida eterna, mas reafirmar o
aspecto fundamental da fé cristã de que a vida não acaba com a morte, ela
permanece de outra forma, plenificada, transformada. Na ressurreição se realiza
a finalidade do ser humano, viver junto a Deus, numa vida sem fim, numa
comunhão incondicional e infinita.
1ª
leitura (2Mc. 7,1-2.9-14)
O
Rei do Universo nos ressuscitará
O
texto mostra, primeiramente, que os justos preferem morrer a pecar (7,2),
perder a vida a negar a fé. No tempo da grande perseguição religiosa retratada
pelo texto do segundo livro dos Macabeus, as pessoas que, naquela época, eram
consideradas as mais fracas foram as primeiras a oferecer a resistência da fé
contra a intolerância religiosa.
Esse
trecho de 2Mc. expõe os elementos principais de uma teologia do martírio e da
ressurreição dos justos: (1) é necessário, antes, estar disposto a morrer que
pecar (v. 2); (2) Deus tem misericórdia de quem é fiel a ele (v. 6); (3) Deus
nos deu a vida e, por amor a ele, devemos estar dispostos a perdê-la (v. 11);
(4) se morremos por causa da fé, seremos ressuscitados para uma vida eterna (v.
7.9).
Isso
significa que sem uma fé na ressurreição não há como enfrentar o martírio. A
confiança daqueles jovens estava depositada unicamente na fidelidade do Deus da
vida (7,7-9) o qual não abandonará na morte aqueles que preferiram morrer a
negar a fé.
2ª
leitura (2Ts. 2,16 – 3,5)
O
Senhor é fiel
O
autor da carta ora a Jesus Cristo e a Deus Pai, pedindo-lhes que os
destinatários tenham uma fé firme enquanto vivem em um mundo descrente. A
hostilidade dos adversários (3,2) aponta para o fato de que muitas pessoas não
apenas rejeitam a fé, mas também tentam impedir a propagação do evangelho.
Apesar
disso, os tessalonicenses devem seguir adiante sem se deixar intimidar pelas
dificuldades (v. 3-5), pois o Senhor sempre estará com eles e guiará seus
corações para o amor de Deus e para a esperança perseverante de Cristo (v. 5).
Isso significa que os tessalonicenses devem imitar a perseverança que Cristo
demonstrou durante os sofrimentos pelos quais passou. Apesar dos ambientes
hostis, os tessalonicenses devem ser pacientes e perseverantes até a vinda de
Cristo.
Pistas
para reflexão
Os
textos de hoje refletem sobre o tema central da fé cristã, a ressurreição.
Contudo, é importante deixar claro que ressurreição não é a mesma coisa que
reanimação de um cadáver, como pensavam os saduceus. Ressurreição é
transformação da vida humana em outra realidade para além do tempo e da
história. Por ser uma realidade meta-histórica, não há categorias históricas
que possam explicitar essa experiência, a não ser metaforicamente. Uma imagem
boa para se pensar a ressurreição é a metáfora da borboleta. Uma lagarta entra
no casulo e, depois de um tempo, transforma-se em borboleta. A antiga lagarta
passará a viver uma vida nova numa nova roupagem, já não estará mais presa ao
chão.
A
ressurreição é vida plena em Deus. É a realização da intenção divina ao criar o
ser humano para estar com ele no Éden. Durante a caminhada histórica, o ser
humano aprende a cultivar o jardim de sua existência em meio a dificuldades,
perseguições e aridez. Mas o desejo de estar no jardim de Deus e a certeza de
que ele está empenhado para realizar esse anseio fundamental da humanidade
confortam o ser humano nessa busca de comunhão, fazendo-o perseverar mesmo em
tempos de perseguição, pois sabe que a morte é a passagem deste mundo para uma
realidade nova, onde Deus será tudo em todos.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade
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A
esperança da vida eterna
Para
saborear a liturgia de hoje, será bom levar o povo, com arte narrativa, a
deslocar-se uns vinte séculos para trás e tornar-se contemporâneo das
discussões religiosas do tempo de Jesus. Como ainda muitos de nossos
contemporâneos, os antigos judeus acreditavam que a virtude era recompensada
pelo bem-estar: paz na terra que receberam de seus pais, longa vida e muitos
filhos (esta última recompensa é menos apreciada hoje) (cf. Dt. 4,40; 6,1-3
etc.). Porém, as crises nacionais fizeram suspeitar que o sentido da vida era
outro. Na perseguição do século 11 a.c. (guerra dos macabeus) morreram muitos
jovens virtuosos, sem ter possuído a terra, nem desfrutado uma longa vida, nem
suscitado prole. Onde estava a recompensa? Foi se firmando a fé numa pós vida,
já entrevista por alguns profetas e salmistas. Essa pós vida era concebida como
ressurreição do homem todo; o judaísmo não imaginava uma pós-existência da alma
separada (seria uma existência diminuída). Alguns acreditavam numa ressurreição
dos justos, enquanto os ímpios seriam para sempre esquecidos. Parece ser a fé
dos mártires macabeus, relatada pela 1ª leitura de hoje. Já o contemporâneo
livro de Dn acha que a ressurreição será geral: a dos justos, para a vida; a
dos ímpios, para a condenação (Dn. 12,2, opinião assumida pelo N.T., p.ex., Jo
5,29; Mt. 25,31-46). De toda maneira, esta fé deu uma força admirável ao povo
perseguido, para resistir esperançoso às tentativas de seus perseguidores e
colocar, com fidelidade irrepreensível, o nome de Deus acima de toda ambição
dos poderes deste mundo.
Jesus
ensinava a ressurreição dos mortos, concordando com os fariseus, que, neste
ponto, representavam uma reforma dentro do judaísmo. Não partilhavam esta fé os
saduceus, aristocracia sacerdotal, preocupada com a manutenção de seus
privilégios e, por isso, oposta a qualquer inovação. Admitiam como Lei só os
cinco livros de Moisés. Insidiosamente, expõem a Jesus um “caso” (evangelho);
já que os livros de Moisés prescrevem que, quando um homem morre sem deixar
prole, seu irmão deve tomar sua mulher para suscitar prole para o falecido (Dt
25,5-10), de quem seria, na ressurreição, a mulher que foi casada por sete
irmãos sucessivamente, tendo todos morri do sem filhos? Querem dizer: a fé na
ressurreição é um absurdo, uma invenção contrária à genuína Lei de Moisés. A
resposta de Jesus é dupla:
1)
Eles têm um conceito errôneo da ressurreição (e muita gente entre nós também),
pois a ressurreição não é uma repetição desta vida aqui (então ela seria um
absurdo mesmo), mas uma realidade nova, não regida pelas leis biológicas e
psíquicas agora vigentes (comer, casar etc.): é uma realidade espiritual, da
categoria da vida divina (“como os anjos”; cf. 1Cor. 15,35-53: a “carne” da
ressurreição não é mais “carnal”, mas “espiritual”, divinizada).
2)
Eles não conhecem a Escritura, pois esta diz que os mortos não louvam Deus;
ora, se Deus se chama – e bem no “livro de Moisés” (Ex. 3,6) – o “Deus de
Abraão, de Isaac e de Jacó”, ele revela que os veneráveis patriarcas vivem,
pois ele não quer ser um Deus de mortos! (cf. a maneira de indicar o céu como
“seio de Abraão”: Lc. 16,23).
Aprendamos
disso que Deus quer ser louvado por seres vivos: ele quer nosso amor para
sempre; por isso, os que o amam estarão sempre na sua presença. Mais: nossa
vida verdadeira é a realização deste amor que “realiza” Deus; já agora, é a
vida eterna em nós (cf. Jo 5,24). Por isso, não podemos tomar a realidade
material como última meta (cf. 1Cor. 15,19), nem podemos reduzir o evangelho a
uma alavanca para a transformação das estruturas materiais, embora seja
necessário encarnar o amor de Deus em tal transformação (pois o homem ama com
todo seu ser, também com sua organização material e social). E aprendamos
sobretudo a testemunhar o evangelho apesar de todos os perigos, pois o sentido
de nossa vida ultrapassa longe a precariedade do nosso existir terreno.
Johan Konings "Liturgia dominical"
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Deus é surpreendente
Agora,
é a vez dos saduceus. Eles não são propriamente um grupo religioso, mas uma
espécie de aristocracia ligada ao Templo de Jerusalém. Eles não acreditam na
ressurreição dos mortos (cf. v. 27; At. 23,8), ao contrário dos fariseus.
Considerando o modo como eles apresentam o caso, a ressurreição na concepção
deles é uma espécie de prolongamento ou repetição da vida presente. O caso
apresentado por eles é absurdo e, provavelmente, com o intuito de ridicularizar
a fé na ressurreição (vv. 19-23). Para isso, recorrem à lei do levirato (=
cunhado): “Se dois irmãos viverem juntos e um deles morrer sem filhos, a viúva
não sairá de casa para casar-se com um estrangeiro; seu cunhado se casará com
ela e cumprirá com ela os deveres legais de cunhado; o primogênito que nascer
continuará o nome do irmão morto, e assim não se apagará o nome dele em Israel”
(Dt 25,5-6). Na resposta, Jesus revela a ignorância deles: interpretam mal a
Escritura e desconhecem o poder de Deus, supondo que a morte anularia o poder
de Deus. Eles pensavam, como dissemos, que a ressurreição fosse continuidade da
vida terrena. Engano! Deus é surpreendente. É preciso se abrir à novidade de
Deus e nele esperar: os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro
e da ressurreição dos mortos não se casam; e já não poderão morrer” (vv.
35-36). Pensaram poder falar da ressurreição prescindindo de Deus. Ora, sem a
relação ao Deus dos vivos, a própria Escritura é letra morta. Jesus faz
remontar a Moisés a crença na ressurreição: “Que os mortos ressuscitam, também
foi mostrado por Moisés, na passagem da sarça ardente, quando chama o Senhor de
‘Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó’” (v. 37).
A
ressurreição não pode ser pensada como pura e simples continuidade de nossa
vida terrestre. Há uma ruptura com nossa vida neste mundo: “Neste mundo, homens
e mulheres casam-se”, mas no mundo futuro e na ressurreição não se casam (v.
34.35). Os ressuscitados têm um ponto em comum com os anjos: eles não podem
mais morrer; logo, não necessitam de descendência. Deus é o Deus dos vivos (cf.
v. 38): “Ninguém de nós vive e ninguém de nós morre para si mesmo, porque se
vivemos é para o Senhor que vivemos, e se morremos é para o Senhor que
morremos” (Rm. 14,7-8).
Carlos Alberto Contieri,sj
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A
liturgia deste domingo propõe-nos uma reflexão sobre os horizontes últimos do
homem e garante-nos a vida que não acaba.
Na
primeira leitura, temos o testemunho de sete irmãos que deram a vida pela sua
fé, durante a perseguição movida contra os judeus por Antíoco IV Epifanes.
Aquilo que motivou os sete irmãos mártires, que lhes deu força para enfrentar a
tortura e a morte foi, precisamente, a certeza de que Deus reserva a vida
eterna àqueles que, neste mundo, percorrem, com fidelidade, os seus caminhos.
No
Evangelho, Jesus garante que a ressurreição é a realidade que nos espera. No
entanto, não vale a pena estar a julgar e a imaginar essa realidade à luz das
categorias que marcam a nossa existência finita e limitada neste mundo; a nossa
existência de ressuscitados será uma existência plena, total, nova. A forma
como isso acontecerá é um mistério; mas a ressurreição é uma certeza absoluta
no horizonte do crente.
Na
segunda leitura temos um convite a manter o diálogo e a comunhão com Deus,
enquanto esperamos que chegue a segunda vinda de Cristo e a vida nova que Deus
nos reserva. Só com a oração será possível mantermo-nos fiéis ao Evangelho e
ter a coragem de anunciar a todos os homens a Boa Nova da salvação.
1ª
leitura: 2Mc. 7,1-2.9-14 - AMBIENTE
Em
323 a.C., Alexandre, o Grande, morreu e o império foi dividido pelos seus
generais (“diadocos”). A Palestina (desde 333 a.C., integrada no império de
Alexandre) ficou, inicialmente, nas mãos dos Ptolomeus (que dominavam ainda o
Egito e a Fenícia). No entanto, a partir do ano 200 (batalha das “fontes do
Jordão”), a Palestina passou para as mãos dos Selêucidas (outra família de
generais de Alexandre, que já dominava a Síria e a Mesopotâmia).
Os
Ptolomeus tiveram uma atitude relativamente tolerante para com o judaísmo e
respeitaram, no geral, as tradições e a fé do Povo de Deus; mas, sob a
autoridade dos Selêucidas, sobreveio uma fase em que a cultura helénica se
tornou mais agressiva, ameaçando pôr em causa a sobrevivência do judaísmo. Foi,
sobretudo, no reinado de Antíoco IV Epifanes (175-164 a.C.) que o helenismo foi
imposto – inclusive pela força – ao Povo de Deus. Muitos judeus – apostados em
manter vivas as suas tradições – foram perseguidos e mortos.
O
texto que nos é proposto coloca-nos neste ambiente. Conta-nos o martírio de uma
mãe e dos seus sete filhos, que se recusaram a violar a fé e as tradições
judaicas e foram mortos por isso. Trata-se, provavelmente, de uma tradição
popular (embora com um substrato histórico), transmitida oralmente durante algum
tempo, antes de ser integrada no segundo livro dos Macabeus. O autor não dá
qualquer indicação acerca do lugar do martírio, nem do nome dos sete irmãos.
MENSAGEM
A
história apresenta-nos, portanto, uma família de sete irmãos e da sua mãe, que
o rei pretendia coagir (através da tortura) a abandonar a fé e a comer carne de
porco (proibida pela Lei, por ser carne de um animal “impuro”). O nosso trecho
apresenta as respostas corajosas de alguns destes irmãos, preocupados mais com
a fidelidade aos valores judaicos e à fé dos pais, do que com as ameaças do
rei.
O
que é que “faz correr” estes jovens? O que é que lhes dá a coragem para
enfrentar as exigências dos seus algozes? De acordo com as explicações que o
autor coloca na boca dos nossos heróis, é a fé na ressurreição ou,
literalmente, na revivificação eterna de vida (vers. 9) que os motiva. Os sete
irmãos tiveram a coragem de defender a sua fé até à morte, porque acreditavam
que Deus lhes devolveria outra vez a vida, uma vida semelhante àquela que lhes
ia ser tirada. O Deus criador tem, de acordo com a catequese aqui feita, o
poder de ressuscitar os mártires para a vida eterna…
Não
é, ainda, a noção neo-testamentária de ressurreição (uma vida nova, uma vida
plena, uma vida transformada e elevada à máxima potencialidade) que aqui
aparece; é apenas a idéia de uma revivificação, de um readquirir no outro mundo
uma vida semelhante àquela que aqui foi roubada ao homem (embora se admitisse
que, nesse mundo de Deus, já não haveria pranto, nem sofrimento, nem morte). De
qualquer forma, é a idéia de imortalidade que aqui é formulada. Repare-se, no
entanto, que o nosso texto ainda não ensina a revivificação de todos os homens,
mas apenas dos justos (vers. 14).
É
a primeira vez que a doutrina da ressurreição é explicitamente apresentada na
Bíblia. A partir daqui, esta idéia vai desenvolver-se cada vez mais, até ser
completamente iluminada pelo exemplo de Jesus.
ATUALIZAÇÃO
Como
é que termina a nossa vida? Os sonhos que procuramos concretizar, as nossas
realizações mais queridas, que é que valem se nos espera um dia,
inevitavelmente, a morte? Estamos condenados a deixar e a perder tudo aquilo
que amamos? A nossa morte é uma viagem fatal em direção ao nada? Estas
perguntas são eternas; e, há cerca de 2100 anos, um catequista de Israel já as
colocava… A sua fé ditou-lhe, no entanto, a certeza de que a vida continua para
além desta terra. É essa certeza que ele nos deixa, neste texto; e é essa
experiência de fé que ele nos convida a fazer.
Quem
acredita na ressurreição não pode deixar-se paralisar pelo medo (muitas vezes é
o medo que limita a nossa existência e nos impede de defender os valores em que
acreditamos)… Pode comprometer-se na luta pela justiça e pela verdade, na
certeza de que as forças da morte não o podem vencer ou destruir. É essa
certeza que animou o testemunho de tantos mártires de ontem e de hoje… É essa
certeza que anima a minha luta e que dá força ao meu compromisso?
É,
sem dúvida, inspiradora a “teimosia” com que estes irmãos defendem os valores
em que acreditam. Num mundo em que o que é verdade de manhã, deixou de ser
verdade à tarde, em que o partido dos oportunistas tem cada vez mais
simpatizantes e em que todos os meios são legítimos para alcançar certos fins,
o testemunho destes mártires é uma poderosa interpelação… Somos capazes de
defender, com verdade e verticalidade aquilo em que acreditamos? Somos capazes
de lutar, ainda que contra a corrente, pelos valores que nos parecem mais
significativos e duradouros?
2ª
leitura: 2Ts. 2,16 - 3,5 - AMBIENTE
Já
vimos no passado domingo que a Segunda Carta aos Tessalonicenses (que alguns
admitem não ser de Paulo) nos coloca frente a uma comunidade cristã fervorosa,
que vive com empenho e generosidade o seu compromisso cristão apesar das
provações, constituindo mesmo um modelo para as comunidades vizinhas (cf. 1Ts.
1,7-8); no entanto, a comunidade a que esta carta se destina é, também, uma
comunidade com algumas dúvidas e inquietações em questões de doutrina –
nomeadamente no que diz respeito ao “dia do Senhor” (isto é, à segunda vinda de
Jesus). De resto, Paulo aproveita a ocasião para corrigir comportamentos, fazer
alguns pedidos e exortar a uma fidelidade cada vez maior ao Evangelho de Jesus.
MENSAGEM
Depois
de apresentar a doutrina sobre a segunda vinda do Senhor (2,1-12), o autor da
carta convida os tessalonicenses a assumir a atitude correta, enquanto esperam
essa vinda. Em concreto, o autor da carta pede aos cristãos de Tessalónica que
guardem as tradições recebidas de Paulo, “de viva voz ou por carta”, isto é, pede-lhes
que se mantenham fiéis ao Evangelho de Jesus que o apóstolo lhes transmitiu
(2,13-15).
O
texto que hoje nos é proposto como segunda leitura começa precisamente neste
ponto… O convite a permanecer fiéis às tradições recebidas vai acompanhado de
uma súplica a Deus Pai e a Jesus Cristo, para que tornem possível essa
fidelidade (2,16-17). Mais uma vez fica claro que, no processo de salvação do
homem, há dois planos: o dom de Deus e o esforço de fidelidade do homem. É
preciso, no entanto, deixar claro que, sem a graça de Deus, o esforço do homem
seria inútil.
Na
segunda parte do nosso texto (3,1-5), temos um pedido de oração pelo apóstolo e
pelo seu ministério. À súplica do autor em favor dos destinatários da carta
(2,16-17), deve responder a súplica dos destinatários da carta em favor do
apóstolo. A oração de uns pelos outros é uma forma preciosa de solidariedade
cristã.
De
resto, os crentes que já receberam a Palavra transformadora e libertadora de
Jesus devem solicitar a ajuda divina para que a proposta de salvação que Cristo
veio trazer, e que a Igreja ficou encarregada de testemunhar, chegue a todos os
homens; ainda mais se, como parece insinuar-se no presente caso, as
circunstâncias são decididamente adversas à proclamação e vivência do
Evangelho. Repare-se como, também aqui, o papel de Deus é central: o autor da
carta sabe que, sem a ajuda de Deus, será impossível ao apóstolo dar
testemunho.
ATUALIZAÇÃO
Este
texto obriga-me a tomar consciência de que é com a ajuda de Deus que o crente
consegue viver na fidelidade ao Evangelho, enquanto espera a vinda do Senhor.
Tenho consciência de que é d’Ele que brota a minha fidelidade ao Evangelho, ou
considero que as minhas vitórias e conquistas, neste campo, se devem apenas a
mim, aos meus méritos e qualidades?
É
com a ajuda de Deus que o missionário tem a coragem de anunciar fielmente o
Evangelho e de vencer as dificuldades, as injustiças, as incompreensões, as
oposições que são obstáculo ao seu trabalho e ao seu testemunho. Tenho
consciência de que é na oração – minha e dos meus irmãos – que encontro a força
de Deus? Quando, como apóstolo, tenho de enfrentar a oposição e a incompreensão
do mundo, confio em Deus, peço-Lhe ajuda, ou deixo que o medo e o desânimo
tomem conta do meu coração e me levem a desistir da missão que Deus me confiou?
O
pedido de rezar “uns pelos outros” convida-nos a tomar consciência da
solidariedade que deve marcar a experiência comunitária. O cristão nunca é uma
pessoa isolada, mas o membro de uma família de irmãos, chamados a viver no amor,
na partilha, na entrega da vida, como membros de um único corpo – o corpo de
Cristo. É preciso tomar consciência dos laços que nos unem, sentirmo-nos
responsáveis pelos nossos irmãos, partilhar as suas dores e alegrias, fazer
nossos os seus problemas e, no nosso diálogo com Deus, ter presente as
necessidades de todos.
Evangelho:
Lc. 20,27-38 - AMBIENTE
Este
texto situa-nos já em Jerusalém, nos últimos dias antes da morte de Jesus. É a
altura das grandes controvérsias com os líderes judaicos (essas controvérsias
representam, para Lucas, a última oportunidade que Deus dá ao seu Povo, no
sentido de acolher a salvação). Discussão após discussão, torna-se claro que os
líderes judaicos rejeitam a proposta de Jesus: prepara-se, assim, o quadro da
paixão e da morte na cruz.
Os
adversários de Jesus são, no contexto em que o Evangelho deste domingo nos
coloca, os saduceus. No tempo de Jesus, os saduceus formavam um grupo
aristocrático, recrutado sobretudo entre os sacerdotes da classe superior.
Exerciam a sua autoridade à volta do Templo e dominavam o Sinédrio (no entanto,
a sua autoridade nessa instituição não era absoluta desde que os fariseus aí
haviam chegado). A sua importância política era real, ainda que muito limitada
pela presença do procurador romano. Politicamente, eram conservadores e
entendiam-se bem com o opressor romano… Pretendiam manter a situação, para não
ver comprometidos os benefícios políticos, sociais e econômicos de que
desfrutavam.
Para
os saduceus, apenas interessava a Lei escrita – a “Torah”. Negavam que a Lei
oral (que era essencial para os fariseus) tivesse qualquer valor. Este apego
conservador à Lei escrita explica que negassem algumas crenças e doutrinas
admitidas nos ambientes populares frequentados pelos fariseus. Por isso, não
aceitavam a ressurreição dos mortos: nenhum versículo da “Torah” apoiava essa
crença.
No
seu conflito com os fariseus, estava em jogo uma certa visão da sociedade e do
poder. Os fariseus não viam com agrado a “democratização” da Lei promovida
pelos fariseus e pelos seus escribas. Esta “democratização” apresentava o
inconveniente de fazer os sacerdotes perder a sua autoridade como intérpretes
da Lei. Diante do povo, os saduceus mostravam-se distantes, severos,
intocáveis.
MENSAGEM
A
questão central do nosso texto gira à volta da ressurreição, um tema que não
significava nada para os saduceus. Percebendo que, quanto a essa questão, a
perspectiva de Jesus estava próxima da dos fariseus, os saduceus apresentaram
uma hipótese acadêmica, com o objetivo de ridicularizar a crença na
ressurreição: uma mulher casou, sucessivamente, com sete irmãos, cumprindo a
lei do levirato (segundo a qual, o irmão de um defunto que morreu sem filhos
devia casar com a viúva, a fim de dar descendência ao falecido e impedir que os
bens da família fossem parar a mãos estranhas, cf. Dt. 25,5-10). Quando
ressuscitarem, ela será mulher de qual dos irmãos?
A
primeira parte da resposta de Jesus (vs. 27-36) afirma que a ressurreição não é
(como pensavam os fariseus do tempo) uma simples continuação da vida que
vivemos neste mundo (na linha de uma revivificação – ideia apresentada na
primeira leitura), mas uma vida nova e distinta, uma vida de plenitude que
dificilmente podemos entender a partir das nossas realidades quotidianas. A
questão do casamento não se porá, então (a expressão “são semelhantes aos
anjos” do v. 30 não é uma expressão de depreciação do matrimônio, mas a
afirmação de que, nessa vida nova, a única preocupação será servir e louvar a
Deus). O poder de Deus, que chama os homens da morte à vida, transforma e
assume a totalidade do ser humano, de forma que nascemos para uma vida
totalmente nova e em que as nossas potencialidades serão elevadas à plenitude.
A nossa capacidade de compreensão deste mistério é limitada, pois estamos a
contemplar as coisas e a classificá-las à luz das nossas realidades terrenas;
no entanto, a ressurreição que nos espera ultrapassa totalmente a nossa
realidade terrena.
A
segunda parte da resposta de Jesus (vers. 37-38) é uma afirmação da certeza da
ressurreição. Como não podia apoiar-se nos textos recentes da Escritura (como
Dn 12,2-3), que sugeriam a fé na ressurreição (pois esses textos não tinham
qualquer valor para os saduceus), Jesus cita-lhes a “Torah” (cf. Ex 3,6): no
episódio da sarça-ardente, Jahwéh revelou-Se a Moisés como “o Deus de Abraão,
de Isaac e de Jacob”… Ora, se Deus Se apresenta dessa forma – muitos anos
depois de Abraão, Isaac e Jacob terem desaparecido deste mundo – isso quer
dizer que os patriarcas não estão mortos (um homem “morto” – ou seja, um homem
reduzido ao estado de uma sombra inconsciente e privada de vida no “sheol”,
segundo a ideia semita corrente – tinha perdido a proteção de Deus, pois já não
existia como homem vivo e consciente). Na perspectiva de Jesus, portanto, os
patriarcas não estão reduzidos ao estado de sombras na obscuridade absoluta do
“sheol”, mas vivem atualmente em Deus. Conclusão: se Abraão, Isaac e Jacob
estão vivos, podemos falar em ressurreição.
ATUALIZAÇÃO
A
questão da ressurreição não é uma questão pacífica e clara para a maioria dos
homens do nosso tempo. Há quem veja na esperança da ressurreição apenas um
“ópio do povo”, destinado a adormecer a justa vontade de lutar pela construção
de um mundo mais justo; há quem veja na ressurreição uma forma de evasão, face
aos problemas que a vida apresenta; há quem veja na ressurreição uma ilusão
onde o homem projeta os seus desejos insatisfeitos… Convencidos de que a vida
se resume aos 70/80 anos que vivemos neste mundo, muitos dos nossos
contemporâneos constroem a sua existência tendo apenas em conta os valores
deste mundo, sem quaisquer horizontes futuros. Que sentido é que isto faz, na
perspectiva da nossa fé?
A
ressurreição é, no entanto, a esperança que dá sentido a toda a caminhada do
cristão. A fé cristã torna a esperança da ressurreição uma certeza absoluta,
pois Cristo ressuscitou e quem se identifica com Cristo nascerá com Ele para a
vida nova e definitiva. A nossa vida presente deve ser, pois, uma caminhada
tranquila, confiante, alegre – ainda quando feita no sofrimento e na dor – em
direção a essa nova realidade.
A
ressurreição não é a revivificação dos nossos corpos e a continuação da vida
que vivemos neste mundo; mas é a passagem para uma vida nova onde, sem
deixarmos de ser nós próprios, seremos totalmente outros… É a plenitudização de
todas as nossas capacidades, a meta final do nosso crescimento, a realização da
utopia da vida plena. Sendo assim, há alguma razão para temermos a morte ou
para vermos nela algo que nos priva de alguma coisa importante (nomeadamente a
relação com aqueles que amamos)?
A
certeza da ressurreição não deve ser, apenas, uma realidade que esperamos; mas
deve ser uma realidade que influencia, desde já, a nossa existência terrena. É
o horizonte da ressurreição que deve influenciar as nossas opções, os nossos
valores, as nossas atitudes; é a certeza da ressurreição que nos dá a coragem
de enfrentar as forças da morte que dominam o mundo, de forma a que o novo céu
e a nova terra que nos esperam comecem a desenhar-se desde já.
•
Temos de ter muito cuidado com a forma como falamos da ressurreição aos homens
do nosso tempo, pois podemos pensá-la, explicá-la e projectá-la à luz da nossa
vida atual e corremos sérios riscos de nos tornarmos ridículos. O que podemos
fazer é afirmar a nossa certeza na ressurreição; depois, temos de confessar a
nossa incapacidade de conceber e de explicar esse mundo novo que nos espera
(como a criança no seio da mãe não compreende nem sabe explicar a vida que a
espera no mundo exterior).
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José
Ornelas Carvalho
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